O Tripé Turístico: Alimentação, Cultura e Lazer
Lazer e turismo estão intrinsecamente ligados. Beni (2000 apud MENEZES, 2013) vem a dizer que o “turismo
é um elemento importante da vida social e econômica da comunidade regional,
pois reflete as verdadeiras aspirações das pessoas no sentido de desfrutar de
novos lugares, assimilar culturas diferentes, descansar e beneficiar-se com
atividades de lazer”.
O lazer enquanto campo de atuação é amplo, pois abrange diversas áreas
do conhecimento como turismo, hotelaria, educação física, pedagogia, terapia
ocupacional, medicina, enfermagem, saúde coletiva e dentre outros. O lazer
aparece na Constituição Brasileira a partir de 1988, no Art. 6º, Capítulo II,
dos Direitos Sociais, onde o lazer é um direito de todos, assim como a saúde, o
trabalho e a segurança (BRASIL, 1988 apud
SILVA et al, 2002, p.12).
Uvinha (2008) considera o lazer como uma manifestação humana, que assume
formas e significados diferenciados de acordo com as características de uma
dada sociedade, onde o individuo livre das obrigações dispõe de tempo livre.
Muitas vezes, confundido como supérfluo, quando comparado a outras
manifestações humanas (SILVA et al,
2002, p.12); e entendido como sinônimo de ócio.
O turismo se realiza como um dos conteúdos culturais do lazer, assim, o
viajar seja para conhecer novos lugares, pessoas, tradições, gastronomia,
histórias ou para aprender sobre o passado de maneira viva e autêntica, tem
sido uma das mais intensas tendências na atividade turística (MENEZES, 2013, p.
2).
O turista viaja até o destino escolhido não somente pela paisagem, mas
também pela gastronomia que o local possa oferecer durante a sua estadia. Em
visitas a websites de destinos turísticos, aparece com frequência o tema
Cultura e Lazer, onde são apresentados ao futuro turista aspectos sobre a
alimentação, as diversões, roupas e etc. do local.
A alimentação atua como fator determinante para a qualidade turística do
local, além de ser uma necessidade natural do homem. Isto é notado quando o
turista procura um restaurante, ele procura um restaurante no qual possa
satisfazer o seu desejo e a necessidade de se alimentar, o cliente-turista
procura um ambiente agradável que lhe inspire segurança quanto ao que irá consumir.
E a intensa demanda de turistas em ocasiões de festivais gastronômicos.
Assim, pelo paladar o “turista terá boas
lembranças da viagem, e a garantia de uma boa alimentação para os visitantes
contribui para a oferta turística de um município, e consequentemente gerando
renda” (Bachendorf; Demczuk,
2011).
A alimentação e o lazer refletem na cultura de um povo.
Para alguns no seu tempo livre utilizam o ato de cozinhar como lazer, para
outros o degustar, provar as iguarias, ou até mesmo ir ao shopping e no final
do programa deliciar um suculento McDonalds na praça de alimentação.
o ato de “comer fora” se
torna uma fonte de prazer e entretenimento [...] As pessoas podem sair de casa para comer, buscando um
ambiente familiar e caseiro (“sair de casa e se sentir em casa”), como a
promessa do Mcdonalds de divertir a família unida, em um ambiente alegre, de
preparo rápido, sem álcool e com uma comida com surpresas. Outros preferem
procurar um ambiente exótico, onde os frequentadores são transportados a outro
país e vivem por algumas horas algumas sensações, degustando alimentos
diferentes dos usuais, temperados com especiarias estrangeiras (RECHIA, SANTOS,
ANTUNES, 2011).
Em resumo, a sensibilidade do turista pela gastronomia e a alimentação
se torna cultural, não é por menos que comer fora está dentre as “atividades de
lazer mais populares, depois de assistir à televisão” (BURNEN, 1989 apud RECHIA,
SANTOS, ANTUNES, 2011).
REFERENCIAS
Bachendorf,
C. F.; Demczuk, P. G. A alimentação como fator de influência para a qualidade da oferta
turística. Revista Partes, jun/2011. Disponível em: <http://www.partes.com.br/turismo/alimentacao.asp >. Acesso em
21 jun. 2013.
MENEZES, J. S. O Turismo cultural como fator de
desenvolvimento na cidade de Ilhéus. Disponível em: <http://www.uesc.br/icer/artigos/oturismocultural.pdf>. Acesso em 23
jun. 2013.
RECHIA, Simone. SANTOS, Maria Gisele
dos. ANTUNES, Carlos Roberto. O ato
de alimentar-se’ como uma experiência no âmbito do tempo/espaço de lazer
no meio urbano: fast food versus slow food. Revista Digital.
Buenos Aires, ano 15, n. 154, mar/2011.
SILVA,
E. A. P. C. et al. Os espaços de lazer na cidade:
significados do lugar. Licere, Belo
Horizonte, v.15, n.2, jun/2012
UVINHA, R. R. Lazer numa
perspectiva internacional: relações temáticas com o turismo, os esportes e a
educação na China atual. Licere, Belo
Horizonte, v.11, n. 3 dez/2008.
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