quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O “mito” da atividade física e saúde

Postado por Thamara ツ às 20:52 0 comentários

CARVALHO, Yara Maria de. O “mito” da atividade física e saúde. Págs 45 -122. 3ª edição ver.1 reimp. São Paulo: Hucitec 2004.

            O corpo é sempre relacionado com atividade física e saúde, onde o corpo é uma forma de representação que depende da época, do espaço e valores de uma sociedade, a autora faz uma associação da atividade física com a saúde publica brasileira.
            O texto aborda os conceitos de atividades físicas, em que se fica consciente através do corpo do outro com a influência da mídia, deixando assim a atividade física como um produto em que se pode comprar no mercado.
            A autora nos trás noções de corpo com a noção de subjetividade, sendo a subjetividade aquela que se constituiria na evolução das forças produtivas, ou seja, o corpo é produzido, assim como no processo industrial, em massa.
            Yara faz um estudo sobre a relação doença e saúde que se dá a partir do sistema precário de saúde, problema que o Brasil enfrenta há vários séculos atrás.
            A Educação Física era como intuito de possibilitar ao indivíduo a oportunidade de exercitar o corpo e o espírito. Essa idéia de prática de exercícios estava inserida no modo de pensar e agir capitalista em que a atividade física integraria a esse indivíduo uma ideologia dominante.
            A saúde pública na década de 1970, surge com uma nova redefinição da saúde pública, querendo reorganizar os serviços. A partir desse novo “movimento sanitário” que a parece o Sistema Unificado de Saúde (SUS).
            Aparece, então, a questão para definir atividade física, como esta está ligada à cultura corporal precisaria primeiro entender o que é cultura corporal. A cultura corporal está dividida em dois fatores: Educação Física e o Esporte, que a autora define o que é cada um, e chega à conclusão que “a atividade física é um instrumento de expressão do conteúdo compreendido pela Educação Física (...), atividade física carrega toda e qualquer ação humana que comporte a idéia de trabalho como conceito físico”. A autora exemplifica como movimento humano, a atividade física, o ato de caminhar no parque até o fazer sexo.
            Logo em seguida, ela trás a questão da pratica da atividade física como atividade de lazer e as possibilidades para a prática da atividade física e os apelos para a sua prática. Yara conclui, então, no final do capítulo 2, que a atividade física propõe: a relação entre corpo e mente e no setor capitalista que o corpo é entendido como um fetiche.
            No capítulo 3, Yara trás alguns elementos de um projeto para a educação física nas décadas de 1970 e 1980 no Brasil, com um personagem de programa humorístico e o ex-presidente, que ambos buscavam transmitir a idéia da necessidade de exercícios físicos e práticas esportivas para a saúde.
            As políticas educacionais ratificaram a presença da Educação física como atividade curricular escolar com objetivo de melhorar  a “aptidão física”. A autora fala os papéis desempenhados pelos médicos e um pouco de como a implementação do curso de Educação Física se deu no país, o desequilibro entre homem e homem como sinal de doença, o mito da saúde (idéia de que a atividade física é um “santo remédio”, divulgada nos veículos de comunicação em massa), e uma cartilha para capacitar os profissionais de Educação Física em “exercício e saúde”.
            A seguir, a autora trás discussões entre a atividade física como um dos processos que se refere ao consumo pessoal, um serviço que se transforma em mercadoria.
            “A atividade física como mercadoria veiculada pelos meios de comunicação de massa tende-se a assumir (...) as características dos empreendimentos do setor produtivo ou de prestação de serviços capitalistas”.
            Com o surgimento da tecnologia, a autora fala sobre a possível substituição do profissional de Educação Física por cirurgias, a facilidade  de ter aparelhos de ginástica em casa sem precisar ir à academia.
            De maneira um pouco abstrata, nesses trechos do livro, a autora faz reflexões sobre a influência social, a história e concepção de corpo, a relação da atividade física e a questão da saúde pública, a relação sujeito sociedade e as tecnologias.
            Concluí que saúde não é somente praticar atividade física e que a tecnologia e as facilidades estão dividindo espaço com os profissionais de educação física na atualidade. E então questiono: a tendência para o profissional dessa área é a escassez? Porque, como atividade física e o corpo esta cada vez mais materialista e encarado como objetos, é mais fácil de serem “comprados” e consumidos através de propagandas dos veículos de comunicação em massa, e muitos estão recorrendo ao bisturi, diminuindo a atuação do profissional de educação física.

 

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