sábado, 19 de junho de 2010

Dicionário de Goianês

Postado por Thamara ツ às 19:07 0 comentários



Deixa eu te falar – Com a variação Ow, deixa eu te falar. Introdução goiana para um assunto sério. Nunca, mas nunca mesmo, chegue para um Goiano falando diretamente o que você tem que falar. Primeiro você tem que dizer ow, deixa eu te falar, para prepará-lo para o assunto. Em Goiás você precisa seguir o ritual de uma conversação. Ex.: “E aí, bão? E o Goiás, hein? Perdeu! Tem base? É por isso que eu torço pro Vila. Oww, deixa eu te falar, lembra aquele negócio que eu te pedi…” A forma abreviada é te falar.

Deixa eu te perguntar – A mesma coisa que deixa eu te falar, mas usado, obviamente, quando você vai perguntar algo. 

Chega dói – Chega a doer. Ex.: Deixa eu te falar, essa luz é tão forte que chega dói a vista. Na verdade essa forma pode ser usada com quaisquer outros verbos combinados com o verbo “chegar”. Ex.: chega arranha, chega machuca, chega engasga. 

Chega doeu – Chegou a doer, ou seja, o passado de chega dói. Muita gente não entendeu o porquê desse verbete no passado se já se usou o verbete no presente; afinal tratar-se-ia de conjugação verbal simples, não é mesmo? Mas a fato é que quando existe uma conjunção verbal, é o verbo auxiliar (chegar) que determina o tempo da conjunção. No Goianês é diferente. É o verbo principal que é conjugado.

Uai – Palavra que normalmente não tem sentido, mais ou menos como o tchê do gaúcho. Usado normalmente em respostas. Ex.: Pergunta: Goiano, você vai à festa hoje?; Resposta: Uai, vou!. Dá impressão que o uai é parecido com o ué usado em outras regiões. Mas o ué muitas vezes é usado no caso de a pessoa achar a pergunta estranha. 

Encabulado – Impressionado. Ex.: Estou encabulado que você nunca tenha ouvido alguém falar ‘chega dói’ antes.

Bão ? – Goianês para “Tudo bem?” Também é usada a forma bããããão?

Tá boa ? – Goianês para “Tudo bem?” usado para mulheres. Em outras regiões do Brasil seria interpretado de outra forma… 

Bão mesmo ? – É comum usar o “mesmo?” depois de coisas como “e aí, tá bom/bão”, como se pedisse uma confirmação de que a pessoa tá bem e não apenas fingindo que está bem. 

Piqui – Pequi, fruto típico de Goiás, bastante usado na culinária Goiana. 

Mais – substituto goiano da conjunção “E”. Ex.: Eu mais fulano estamos no Goiás. 

No Goiás – Em Goiás. 

Na Goiânia – Em Goiânia. 

Pit Dog – Uma espécie de filho bastardo de uma lanchonete com uma barraquinha de cachorro-quente. Apesar desse nome estranho, os sanduíches são muito bons! 

Queijim – Rotatória. 

Tem base ? – Expressão tão goiana que existe até em slogan impresso em bandeiras e camisetas exaltando o estado: “Sou goiano. Tem base?”. Pode ser traduzido como “Pode uma coisa dessas?”, só que usado com muito mais frequência. 

Mandruvá – Mandorová. 

Coró – mesmo que mandruvá.

Dar rata – Algo como cometer uma gafe.

Calçada – Pode significar: 1. Lugar para estacionar carros; 2. Local onde se colocam as mesas dos botecos e restaurantes. Note que não existe em Goiás calçada no sentido de lugar para pedestre, pois não sobra espaço para pedestres entre os carros e as mesas. 

Anêim – Algo que parece ter vindo de “Ah, não!”, que virou “Ah, nem!” Mas às vezes é simplesmente usado na frase com um sentido de desagrado. Quando vejo escrito por aí, vejo o povo escrevendo “anein”, “aneim”, “anêim” e outras variantes. Ex.: se eu ia viajar com a turma e de repente não posso mais, alguém exclama: “Anêeeim ! Que pena!” 

Árvre – Árvore (isso me lembra “As árvres somos nozes“) 

Arvrinha – Árvore pequena. 

Arvrona – Árvore grande. 

Madurar – Amadurecer. 

Corguim – Lê-se córrr-guim. Diminutivo de corgo. 

Corgo – Lê-se córrr-go. Córrego. 

Quando é fé – Algo como de repente, ou até que. Ex.: “Estava no consultório do dentista, ouvindo aquele barulhinho de broca, e quando é fé sai um menininho chorando de lá.” 

Num dô conta – Pode ser traduzido como Não consigo, Não sei, não quero, não gosto, etc. No resto do país, não dar conta é usado mais no sentido de “não aguentar”. Por exemplo: Não dei conta do recado, ou Não dou conta de comer isso tudo sozinho. Já aqui em Goiás é usado para quase tudo. Ex.: Num dô conta de falar inglês (“não sei falar inglês”); Num dô conta de continuar em Goiânia nas férias (“Não quero/não aguento continuar em Goiânia nas férias); Num dô conta de imprimir usando esse programa (“não sei imprimir usando esse programa”). 

De sal – Salgado. Ex.: Pamonha de Sal. (Eu jurava que era de milho… dãã) 

De doce – Se “de sal” é salgado, então “de açúcar” é doce, certo? Errado! Em Goiás as coisas não são doces, elas são de doce. 

Caçar - Procurar. Goiano não procura, goiano caça. Ex.: “Estive te caçando o dia inteiro”. “Não sei onde está, mas vou caçar esse papel para você.” 

Trem – Qualquer coisa pode ser chamada de trem, inclusive um trem. Ex.: “Ôôô trem bão!” (ô, coisa boa!) Já ouvi até mesmo a seguinte declaração de amor: “Te amo, Trem!”. 

Demais da conta – Em Goiás, deve-se evitar utilizar a palavra “demais” isolada. A forma correta é “demais da conta”. Ex.: “Gosto disso demais da conta!”. “Conheço a região demais da conta!” 

Custoso – Teimoso. Também ouço como se fosse algo que dê trabalho. “Esse moleque é custoso demais da conta!” 

Barriga-verde – Barriga-verde é um novato, alguém que ainda está “cru” numa determinada coisa. Nada a ver com os Catarinenses…

Disco – Um tipo de salgado frito. 

Voadeira – Voadora (o golpe, agressão). 

Ou quá ? – Algo como “ou o quê?”. Ex.: “Você vai sair com a gente ou quá?” 



Creditos: http://www.perguntascretinas.com.br/dicionario-de-goianes

 

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