* Só pra facilitar um breve resumo feito a partir de umas questoes dadas como trabalho rsrs [sim, agradeça a mim]*
BRACHT. Valter. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. Ijuí: UNIIJUÍ, 2005.
A obra tem como objetivo oferecer uma síntese das principais críticas de cunho sócio-filosóficas ao esporte, e contribuir para o avanço da avaliação e do entendimento crítico das funções sócias e do significado humano do fenômeno esportivo.
Crítica da crítica para o autor é identificar a teoria que norteia a crítica, verificar em que medida a especificidade do esporte é preservada, analisar o momento e contexto histórico em que a crítica foi produzida, e operar a crítica da própria teoria de base.
O esporte moderno resultou do processo de modificação de esportivização de elementos da cultural corporal de movimento das classes populares e também da nobreza inglesa. Então o esporte assumiu suas características básicas que são o rendimento físico-técnico, o Record, a competição, a racionalização e cientificização do treinamento.
As primeiras críticas têm vínculos com os movimentos sociais do inicio do século XX. Segundo Huizinga (1980, p. 219-220), o esporte corrompia uma das características fundamentais do jogo que é a espontaneidade e que o esporte tecnificava o jogo.
A sistematização e regulamentação do esporte implicam a perda de uma parte das características lúdicas mais puras. Isto se manifesta na distinção entre amadores e profissionais, que implica uma separação entre aqueles para quem o jogo já não é jogo e outros, por quais por sua vez são considerados superiores apesar de sua competência inferior.
E para Benett (1982) a critica ao esporte se da seguinte forma: a crítica dos adeptos da ginástica, do movimento ginástico da classe trabalhadora ao esporte “burguês”, a critica moral da igreja ao caráter irreal do esporte, o esporte como objeto da critica cultural, a critica ao esporte por parte dos “intelectuais” e a critica dos nacional-socialistas ao esporte “apolítico”.
A Escola de Frankfurt criticava a tese de alienação e a tese da repressão e manipulação. A tese de alienação é que os homens e a sociedade, pela sua natureza não são o que poderiam ser, e que temos um tipo de pensamento que se efetiva na racionalidade técnica, “coisificando” então, as relações sociais.. A tese de repressão e manipulação seria um sistema de repressão causada por uma sociedade moderna desenvolvida, industrializadas e “tecnologizadas”.
“A sociedade moderna industrial capitalista teria institucionalizado um grau elevado e desnecessário de repressão”. A igualdade de chances no esporte que indica a existência de uma correspondente forma de sociedade, idéia que nega a desigualdade de chances inerente à sociedade capitalista e eleva o principio esportivo da igualdade de chances a um principio geral da sociedade.
A prática do esporte levaria à adaptação às normas e ao comportamento competitivo, básicos apara a estabilidade e reprodução do sistema capitalista. E também, a Escola Frankfurtiana criticava o intenso desinteresse político.
Para Focault a estabilidade das sociedades desenvolvidas é apenas o resultado da capacidade de direção de organizações administrativas perfeitas, essas por sua vez intervêm nas relações da vida de cada individuo para, a disciplinação e controle através da manipulação e treinamento.
“Focault via tal integração sendo concretizadas através de procedimentos disciplinares do corpo levados a efeito por instituições como a escola, a fábrica ou a prisão”. A racionalização da sociedade significava a violência contra o corpo. Focault também diz que o poder não só disciplina o corpo no sentido “negativo” da repressão, mas, também, no sentido “positivo” da manipulação.
Bracht analisa alguns pontos da teoria do poder de Focault passíveis de crítica. Nessa análise o esporte aparece como elemento paradigmático como expressão da modernidade no plano da cultura corporal.A crítica alcança o projeto de modernindade, levando em alguns casos a uma descrença e pessimismo.
Para Bourdieu o campo das praticas esportivas é o lugar da luta para a definição do corpo legítimo e do uso do legítimo do corpo no esporte, que é parte de um campo de luta mais geral pela monopolização sobre o corpo entre as categorias morais dos usos e definições do corpo. A relação do individuo para com o seu corpo é um aspecto fundamental que varia não só entre as classes, mas, também, entre as facções de classe.
O consumo, a prática do esporte e as atividades corporais, participam do processo de reprodução das diferentes classes. A passagem do esporte enquanto uma prática para a elite e para o esporte-espetáculo, tem sido determinada por processos econômicos, os quais alteram as relações de poder no interior desse campo. Com a popularização do esporte permitiu as classes privilegiadas manter o capital político, pelo controle da industria esportiva privada ou estatal.
O corpo e o uso da força e de luta do esportista caracterizam as práticas esportivas privilegiadas pelas classes baixas. Para as classes altas, a pratica esportiva estão ligadas ao comportamento fino, e que não exponha sua sensibilidade e também está ligada com a habilidade e inteligência corporal.
O esporte reduziria a força de trabalho se o esporte de lazer contribuir para a reprodução ampliada da força de trabalho, colaborando para qualificar o trabalhador para que este estivesse em condições melhor de resistir à exploração. E que os próprios trabalhadores assumam o controle da conformação do seu tempo livre, do seu esporte de lazer.
O conceito de hegemonia ajuda a entender o esporte não só como elemento de dominação, mas, também, como resistência cultural ou política. Nessas concepções são negadas as concepções marxistas da relação de base e supra-estrutura, como uma visão do mundo cultural, em favor de uma cultura onde se trava a luta pela hegemonia.
Para Freitag precisa-se levar em consideração que a política social brasileira precisa ser compreendida em termos econômicos e políticos, como um instrumento pelo estado para manter as bases do funcionamento do sistema de acumulação; que a política social mobiliza, disciplina, e tona apta para o mercado de trabalho; essa política social atinge tanto as populações trabalhadoras inseridas no mercado de trabalho quanto a força de trabalho potencial que não foi absorvida no processo produtivo e que está voltada para atender às necessidades imediatas de massa de assalariados e também está a serviço dos objetivos de estabilização do sistema social como um todo, à medida que contribui para atenuar conflitos e contradições.
Por essas considerações entende-se que o Estado só pode se desenvolver a partir de uma análise da sociedade, que independente das classes o estado intervêm, não somente como para dar assistência, mas para dar a estrutura para o funcionamento, e que de uma forma ou outra atende de diferentes formas as necessidades, da população, independente das classes sociais.
No neocorporatismo os interesses gerados na sociedade são organizados em números limitados de associações cuja diferença está nas funções por elas desenvolvidas não competindo entre si. A intervenção do Estado é voluntária sendo que a organização pode a qualquer momento romper a interação. É o Estado que dá para as associações o reconhecimento e o monopólio da representação dos interesses do grupo e é também o Estado que as delega como um conjunto de funções públicas.
Não há e não se encontra finalidades ou interesses contraditórios como no setor da economia que tem as organizações trabalhadoras e as organizações do patronato. A organização esportiva não tem condições de se autofinanciar, pois depende dos recursos públicos.
A classe trabalhadora construiu uma organização de clubes de esporte e/ou ginástica de trabalhadores somente. Eles buscavam produzir uma cultura corporal de movimento próprio, não para preparar o corpo para outro dia de trabalho e sim ajudar os homens a desenvolver necessidades contrárias ao pensamento e de rendimento capitalista, vivenciando-a assim, esportivamente, socialmente e politicamente. Essa atitude era uma recusa ao modo de disciplina burguesa e da sua orientação para o rendimento.
O esporte é como uma manifestação do jogo e o jogo, como um comportamento básico e/ou elementar do homem. A origem do esporte enfatiza a descontinuidade frente às práticas corporais que o antecederam, mas isso não significa a ausência de continuidade e sim quais são os novos aspectos centrais, precisando entender as características das práticas na sociedade tradicional e a própria origem das modalidades esportivas modernas.
Amadorismo e profissionalismo estão envolvidos na questão capital versus trabalho.
As classes dominantes distinguiram o amadorismo como atividade por simples prazer de realizá-las e sem fins úteis. O profissionalismo surgiu quanto após a esportivização das práticas corporais, possibilitando ser explorado comercialmente o evento esportivo. A partir daí, as organizações esportivas começaram a se diferenciar com base nas ligas amadoras e ligas profissionais. O ideal amadorista confrontava os interesses dos trabalhadores, o exercício da violência e a distinção de classe.
Instituição esportiva se concentrou em torno da educação, da saúde, e da confraternização e a paz mundial. Elas possibilitam que a formação de motivação passe a ser fixada em objetos do meio exterior que passam a servir de pontos de apoio para as decisões e fornecem ao comportamento uma garantia de durabilidade. Uma instituição fornece uma forma de satisfazer as necessidades.
A Institucionalização e a organização burocrática centralizada é uma forma de controle social como por exemplo a Fifa, ela tem o poder de determinar as formas esportivas e reconhecer novas formas integrando novas tendências e movimentos divergentes.
O autor acredita que a mercadorização envolve duas dimensões:a da mercadorização do espetáculo esportivo e seus subprodutos e a mercadorização dos serviços ligados à prática esportiva. O esporte de alto rendimento vai se organizar a partir dos princípios vigentes na economia de mercado.
Vale destacar também o aumento da velocidade da produção e consumo de praticas esportivas, onde a “instituição” central é o próprio mercado, a flexibilização dos produtos que aparecem e desaparecem. O autor também critica como conseqüência que o cidadão não precisa mais se organizar para construir a pratica esportiva, pois ele pode comprar na esquina.
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